Entrevista de Alberto Cantalice ao Jornal de Hoje o diário da baixada edição fim de semana.
Fernanda Rodrigues
fernandarodrigues@jornalhoje.inf.br
Em sua passagem pela Baixada Fluminense, o presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio de Janeiro, Alberto Cantalice, concedeu ontem uma entrevista ao Jornal de Hoje e falou sobre diversos assuntos relacionados à política na Baixada Fluminense e ao Estado, entre eles, temas polêmicos como a possível candidatura de Lindberg Faria – atual prefeito de Nova Iguaçu – ao cargo de governador do Estado nas próximas eleições e o debate em cima da PEC dos Vereadores – que prevê um aumento no número de vagas nas Câmaras de Vereadores. Cantalice, que está na região promovendo reuniões com lideranças partidárias da Baixada, garantiu ainda que nas eleições da executiva estadual do PT – em novembro deste ano -, não tentará a reeleição e apoiará o deputado federal Luis Sergio na disputa à presidência. Atualmente o PT no Estado possui cerca de 130 mil filiados. Em todo Brasil esse número sobe para mais de 1,3 milhão.
JH – PT nacional já firmou a aliança com o PMDB na reeleição do governador Sergio Cabral no Rio de Janeiro. Sendo assim, como o partido no Estado se posiciona em relação às intenções já declaradas do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, ao mesmo cargo?
Cantalice – Lindberg não é o único nome forte do PT no Rio e na Baixada Fluminense. Por enquanto, o partido ainda não decidiu se lançará candidato próprio para governador no Rio ou apoiará o Cabral. Tudo só será decidido após a convenção estadual do PT no próximo ano. Agora todas as pretensões são individuais, mas o nome de Lindberg ainda não foi descartado. A ordem nacional é buscar aliados para Dilma Rousseff nas eleições presidenciais.
JH – Já que o PT busca alianças para a candidatura de Dilma, como ficaria a relação (já rompida) do PT estadual com o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, que declarou que também apoiará Dilma para presidência?
Cantalice – Garotinho está em um partido de base do governo, que é o PR (Partido da República) e o rompimento das relações entre ele o PT do Rio não interfere em nada. Apoio é uma coisa, aliança política é outra, e isso dificilmente Garotinho terá em relação à candidatura de Dilma, já que o PT nacional fará aliança com o PMDB de Cabral.
JH – E se Lindberg vencer as eleições durante a convenção do PT? Como ficaria esse apoio a Cabral no Rio? Poderia ocorrer um “racha” na possível aliança PT – PMDB?
Cantalice – A prioridade agora é pensar na presidência e na aliança com o PMDB nacional. Não se discute candidatura estadual agora.
JH – E as eleições para executiva estadual?
Cantalice – Não disputarei a presidência PT no Rio, venho somente apoiando o deputado federal Luis Sergio. Este ano sou membro da chapa nacional, que tem como candidato José Eduardo Dutra – atual presidente da BR Distribuidora e ex-presidente da Petrobrás.
JH – A aprovação da PEC dos Vereadores é o assunto mais debatido entre os políticos municipais. Qual a posição do PT em relação ao possível aumento de cadeiras no Legislativo?
Cantalice – O PT no Rio ocupa hoje 65 cadeiras. Com essa PEC esse número poderá subir para 100. É preciso ter muita cautela e avaliar cada item da proposta. Mas na minha avaliação, se ela for aprovada, só deveria entrar em vigor na próxima legislatura, assim os municípios teriam tempo de se adaptar.
JH – Para finalizar, qual sua avaliação em relação ao governo petista na Baixada?
Cantalice – Conseguimos a reeleição de três prefeitos do PT e estamos à frente de quatro prefeituras (Nova Iguaçu, Mesquita, Belford Roxo e Paracambi). Isso para mim já diz tudo: a gestão do PT foi aprovada pela maioria da população. É importante que elo (parceria) entre governo Federal, Estadual e Municipal não seja rompido. Ele só tem a trazer mais benefícios e investimentos para região.
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