A Crise é do Senado
Em toda a história republicana, teve o Senado Federal a condição de cidadela do atraso e do conservadorismo. Foi no Senado que os militares encontraram o apoio fundamental para a derrubada do Presidente Getúlio Vargas, em 1945. Foi este mesmo Senado o arauto da, tristemente, famosa "república do Galeão" protagonizada pela Aeronáutica depois da morte do Major Vaz. Foi o epicentro da crise que levou Vargas ao suicídio.O golpe de 64, teve no Senado a sua principal fonte de apoio político, sem contar que grande parte dos senadores da ocasião atuaram diuturnamente como verdadeiras "vivandeiras "de quartéis, açulando os militares contra o poder civil liderado pelo Presidente João Goulart.
Na época da ditadura criou-se até a figura do Senador biônico ( eleito indiretamente), para evitar que o antigo MDB conseguisse a maioria naquela casa e articulasse mais rapidamente o processo de distensão e afrouxamento do regime pela via parlamentar.
Na redemocratização, foi no Senado que se articulou o chamado "Centrão", que atuou na elaboração da constituição de 1988 e que foi responsável pelos vários elementos de atraso que compõem a carta constitucional.
Na contemporaneidade foi no mesmo Senado que se extinguiu a CPMF, o que tirou R$ 40 (quarenta bilhões de Reais do orçamento da União que como disse recentemente o Presidente Lula -inviabilizou o PAC da Saúde, o que poderia representar uma verdadeira revolução no atendimento do povo brasileiro- sem que com isso nenhum empresário tivesse diminuído 0,38% dos custos de suas mercadorias e serviços.
Não é surpresa ser no Senado o principal obstáculo aos avanços protagonizados pelo Governo do Presidente Lula e uma fonte constante de problemas para o Governo.
Tudo isso, nos leva a conclusão de que a crise no Senado tão propalada pela mídia, é uma crise da instituição, que só põe a nú as mazelas do conservadorismo, primo irmão do patrimonialismo essa chaga aberta da política brasileira.
5 comentários:
Faltou, para conferir coerência política a esse artigo, uma posição favorável à extinção do senado, que como é composto e com as atribuições que possui parmanecerá sendo uma cidadela do conservadorismo brasileiro
20 de julho de 2009 às 10:31Alberto, é interessante que você localize a crise que não é do Sarney, mas do sistema que reserva à chamada câmara alta as preocupações estruturais, tais como eventuais substituições na estrutura de poder – os golpes recorrentes – e à câmara baixa, os temas conjunturais. Dá-se que, se na ordem burguesa o estado é um comitê representante dos interesses da burguesia, ao senado e suas vetustas figuras parece caber tão somente o papel de zelar pela manutenção da ordem conveniente. Quando chamado a tratar de outras questões estruturais – distribuição de renda e, por conseguinte, tecido social, por exemplo – não consegue fazê-lo por absoluta inépcia. Então, o papel que lhe reservam, a esse senado, é o de espaço de re-significação de crise, provocada por preocupações do plano da moral e dos bons costumes – essas coisas presentes na mídia desde 2005.
21 de julho de 2009 às 11:40A única crise, que merece ser objeto do mais profundo debate entre nós, é a do sistema de representação, seus cruzamentos – é possível combinar elementos da democracia direta e da representativa? – e seus limites. Voltamos ao assunto? Um abraço. Lima.
Bom, Liminha..., mas hoje, talvez, não. Na atualidade o debate se volta única e exclusivamente para o desempenho eleitoral, como se isso garatisse uma grande mobilização social, participativa e hegemônica.
23 de julho de 2009 às 18:39Beijos
Eu vi sobre seu blog no jornal...me lembrei de uma outra matéria em que Lindberg o chama de lambe-botas(que grosseria!).Aí me bateu a curiosidade de olhar...sou de nova iguaçu e não entendo de política,mas amo esse pt do povo.Quero entender como pode o Ferreirinha dar tamanho apoio a Lindberg, no encontro de SJoão de Meriti,sabendo de tudo de errado que esse paraíba tá fazendo,desrespeitando o partido que o colocou aki.
1 de agosto de 2009 às 18:56E eu votei neste cara na 1a. eleição, mas na segundo corrigi meu rumo...o cargo de secretário subiu à cabeça do Ferreira?Que pena!
A turma do Lindomar Paraíba sempre andou pro Ferreirinha...de repente,tudo muda...é a mesma politicagem vergonhosa da direita, só que no pt é mais descarada e sem estilo ou disfarce...é uma pena...se é assim no RJ,imagina nos "interiores"...mas o povo tá vendo e tá aprendendo...uma hora a casa cai
1 de agosto de 2009 às 19:04Postar um comentário