segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Precisamos construir uma solida aliança no Rio de Janeiro com o PMDB.

Por Alderizio Catarino dos Santos

A história mostra que a cidade do Rio de Janeiro teve importante papel na vida cultural e política do país. Sede do Governo Geral (1763), sede do governo português (1808). Como centro de decisões, o Rio concentrou a vida político-partidária do império e os movimentos abolicionista e republicano. Vem daí a cultura de ser, também, ao longo do século XX o centro de resistência a governos voltados contra a defesa de interesses distintos dos anseios populares.
Com a mudança da capital federal para Brasília (1960), o declínio do estado da Guanabara e da cidade do Rio de Janeiro é inevitável. Em 1974, a ultra-direita resolve esvaziar a oposição e a histórica resistência da “capital cultural” do Brasil. Os estados do Rio de Janeiro e da Guanabara são fundidos pelo Regime Militar. A partir daí inicia-se um longo processo de isolamento político e econômico que perdurou ao longo da ditadura e prosseguiu até o segundo governo de Leonel Brizola (1992), que, estratégicamente, aproximou-se do governo federal (Fernando Collor) para conseguir aportes financeiros para seus projetos.
Porém, a partir de 1994, mandatários messiânicos instalados no governo do estado e na prefeitura, descompromissados com o fortalecimento da justiça social, mantiveram por 22 anos as administrações em total falta de sintonia com o governo federal.
Em 2003 o governo do estado do Rio de Janeiro resolveu ampliar o enfrentamento ao projeto petista de mudar a distribuição de renda e reduzir as disparidades sociais no país. Tivemos uma administração estadual em constante atrito com o governo federal e perdemos um importante espaço no cenário nacional. Ainda que o governo federal nunca tenha pensado em retaliações contra o povo fluminense, é mais difícil conduzir projetos comuns quando o governo do estado se afasta de todas as possibilidades de diálogo.
O quadro começou a mudar a partir de 2007 quando o Rio elegeu um governo em sintonia com as propostas do presidente da República. O estado voltou a ter importante papel no desenvolvimento de projetos sociais e econômicos. O Rio de Janeiro voltou a crescer. Novos investimentos como o Comperj ( R$ 8,5 bilhões), CSA (R$ 3,5 bilhões), Angra 3 (R$ 3,5 bilhões) e PAC Social (R$ 2,0 bilhões) movimentam a economia e geram emprego para milhares de fluminenses.
Com o apoio do governo federal o Rio de Janeiro está deixando o seu isolamento econômico e político. É necessário manter esta linha de ação desenhada e aplicada pelo governo federal para resgatarmos o compromisso social com o povo fluminense. No Brasil, o PMDB é o partido que tem maior número de municípios sob sua administração e isto tem servido de importante apoio ao governo Lula. Os programas sociais e os investimentos mantidos pelo governo federal encontram nos municípios as condições necessárias para avançar no fortalecimento da justiça, pelo caminho da distribuição de renda.
Manter a atual aliança no Rio de Janeiro é uma tarefa que se coloca para os militantes do nosso Partido. Entendemos que o apoio dado pelo PMDB ao governo federal, aqui e nos demais estados, incluindo as disputas parlamentares e as tentativas da direita de emperrar os projetos sociais e econômicos prioritários do governo Lula, é muito importante para consolidar a candidatura Dilma em 2010.
É fundamental para o nosso estado reconquistar o espaço político, econômico e social que já ocupou no cenário brasileiro e que foi perdendo ao longo das malfadadas administrações anteriores. O Rio de Janeiro não pode se permitir o papel de mero coadjuvante na política nacional, não pode “pensar pequeno” como fizeram alguns governadores.
O Rio de Janeiro tem mais de 11 milhões de votantes e é o terceiro colégio eleitoral do país. Sua economia, a segunda do Brasil em termos de Produto Interno Bruto (PIB), atingiu valor superior a R$ 275 bilhões em 2006 (equivalente ao PIB chileno), representando 11,6% da produção nacional. O PT tem mais de 130 mil filiados no estado, 10% do total do Partido, isto nos dá uma imensa responsabilidade na discussão dos rumos a serem tomados agora com vistas ao processo eleitoral do ano que vem.
Os companheiros mais antigos devem ainda lembrar as dificuldades que tivemos em eleições passadas para construir alianças e avançar na governabilidade nos executivos (municipal, estadual e federal). Desde o primeiro semestre deste ano temos acompanhado o triste papel da chamada “grande imprensa” que, visando o processo eleitoral de 2010, desdobram-se em acusações espalhafatosas visando desgastar nossos aliados nas disputas políticas.
Jamais vimos, em governos passados, uma constante campanha de denúncias em torno do PT e seus aliados.De uma hora para outra multiplicaram-se, no Rio de Janeiro, artigos tentando empurrar para os eleitores uma imagem de desgaste do governador Sérgio Cabral e desestabilizar a aliança que tem sido importante até aqui.
O PT do Rio de Janeiro precisa considerar todos esses dados no momento de preparar a estratégia correta para 2010. Estamos na administração de quatro importantes prefeituras no estado (Nova Iguaçu, Mesquita, Belford Roxo e Paracambi) e elas são extremamente importantes para nossa estratégia. Neste particular o companheiro Lindberg reúne as condições para consolidar sua
forte liderança em toda a região da Baixada Fluminense e construir a estrutura que desejamos para a companheira Dilma nas próximas eleições.
O PT tem quadros qualificados no Rio de Janeiro para compor uma aliança estadual forte. O nome de Benedita da Silva para o senado é um exemplo concreto de experiência e densidade eleitoral do qual não podemos abrir mão. Consolidar a aliança com o Governador Sergio Cabral é a garantia da reeleição do Governador no Rio de Janeiro bem como a certeza da continuidade do Governo Lula coma a vitoriosa eleição de Dilma Rousseff, em 2010.

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